Com o entusiasmo e a pontualidade habituais, partimos para este passeio que, desta vez, era muito destinado à observação da natureza em torno do Douro e do seu património, nomeadamente do Românico. Mas o reencontro dos companheiros da Associação é sempre um dos grandes atractivos da nossa participação nos eventos, para além da certeza da qualidade dos programas que nos são propostos e do carinho do acompanhamento da Presidência.
Depois da habitual paragem técnica em Entre-os-Rios, seguimos para Cinfães, para visitar a Igreja de Santa Maria Maior em Tarouquela, integrada na Rota do Românico, na zona do Vale do Douro, (esta Rota integra 3 sub-zonas: Vale do Sousa, a região inicial, aquando da sua criação da Rota, nos anos 80, o Vale do Tâmega e finalmente o Vale do Douro).
Na visita guiada por um técnico local, informaram-nos que a actual Igreja resultou de um mosteiro de monjas beneditinas, fundado no séc. XII, que aqui se manteve até ao séc. XVI. Nessa data extingue-se como mosteiro e as monjas partem para o Mosteiro de São Bento da Avé Maria, onde hoje está a Estação de S. Bento.

O exterior da Igreja decorado com motivos florais, sugere já a futura introdução do estilo gótico. As esculturas que ornamentam a Igreja, leões a abocanhar homens, parecem significar o castigo do pecado. O guia destacou a mensagem pedagógica que toda a escultura pretende dar como imagem terrena da Casa de Deus. Os animais, as serpentes, a sereia todos tinham o seu significado.

O interior da Igreja, que evoluiu com os costumes do tempo e passou das paredes nuas, pintadas de branco, até aos altares de diversos estilos. Actualmente só tem, para além do altar-mor, 2 outros, mas já do estilo barroco. Nas restantes mesas de altar há vestígios de pinturas murais.
Do edifício monástico não há vestígios.
No final da visita fomos almoçar a um restaurante que nos serviu uma magnífica refeição. Quando perguntámos à Anabela como o descobriu disse-nos que tem um dedo mágico que a ajuda a descobrir coisas agradáveis para nos oferecer.
Entretanto o tempo, que pela manhã parecia não querer colaborar connosco, abriu-se e pudemos concretizar o plano inicial de visita ao Observatório da Natureza de Mercelim, situado em plena serra de Montemuro, a cerca de 800m de altitude.
Está situado numa vasta zona que pode ser aproveitada para pequenos eventos. Tem dois observatórios desnivelados, um com vista sobre o vale do rio Bestança e outro sobre a foz do mesmo rio e o vale do rio Douro. Globalmente permite desfrutar uma paisagem muito variada, com aglomerados rurais de agricultura e floresta muito variados. No final, e para rematar uma bela jornada de repouso e lazer, fomos lanchar ao Douro Royal Valley Hotel & Spa, já no concelho de Baião, nas margens rio Douro, com magníficas vistas sobre o rio e as típicas vinhas classificadas Património Mundial da Humanidade.